sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Antes que se apague o dia

Quando a luz da noite apagar o dia, ao fim do quase interminável crepúsculo da nova era, verás como foi linda a vida, que de tão divina se fez fútil aos olhos dos cegos.
Cegos esses que se tornaram escravos de um papel verde, ao ponto de perder a capacidade de se deliciar no suave toque da névoa matutina que cerca e embeleza a vinda do sol para aqueles que ainda conseguem vê-la, senti-la.
Cegos de sentimentos, de sentidos com sentido, com vida, com ternura, com amor, cegos esses ao canto dos pássaros, ao cheiro das flores, ao pôr do sol, cegos à vida.
A vida é lindamente linda, para aqueles que, ao se acordarem, ainda conseguem se surpreender com as coisas mais simples, como o voo de um pássaro, o nascer do sol, como o próprio existir, como o próprio mundo, como a própria vida.
A vida é realmente linda para aqueles que a vêem como uma brisa, não precisa vê-la para saber que existe, mas sim somente senti-la, e que seja assim para sempre e para todos.
Que os cegos consigam tirar a penumbra da rotina de seus olhos e os fechem para o verdadeiro fútil, necessário, mas fútil.
dinheiro, status, poder, MISÉRIA, MARGINALIZAÇÃO, IMPOTÊNCIA, SOFRIMENTO...
Que o que realmente importa venha a tona em suas e retinas , antes que o tempo seja pouco , antes que a valsa se acabe e entre aquele triste e singelo tango argentino, antes que a luz da noite apague o dia, ao crepúsculo quase que interminável da nova era.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O paraíso

Ontem eu olhava para o teto do meu quarto, até o momento em que resolvi sair para dar uma ventilada nas ideias, então ao abrir a porta de casa e pegar a minha fiel companheira(bicicleta)e montar nela dei de cara com o mar, que mar, que mar, direitas tubulares, o mar azul-anil beijava delicadamente a costa branca, em um harmônico vai e vem, QUE MAR.
Olhei em minha volta e vi a linda praia com coqueirais e jangadas brancas na areia, um morro pontilhado de casinhas brancas sem muros, sem cercas, sem violência.
Um delicado perfume, muito estranho ao meu olfato e tão uni presente que dava a sensação de poder vê-lo, fluía pela brisa mansa e refrescante daquela tarde de céu ofuscante e azul mesclado com manchas vermelhas, laranjas, que azul, livre de gases e de homens e seus sinais de fogo.
Tudo era belo, tudo fluía, tudo pairava como um ballet perfeitamente ensaiado.
Havia alguém comigo, em outra bicicleta, de um grande amigo meu , por sinal, sempre me acompanhando, então olhei mais atentamente para o morro e percebi que em seu cume corria uma estrada, na curiosidade, subi-o para conhecê-la por uma trilha que serpenteava morro acima entre arbustos de rosas e outras flores belíssimas e bem cuidadas, até que me encontrei com a estrada, em direção ao horizonte, rodeada de uma mata linda e viva, onde encontravam-se passarinhos cantando alegremente a canção do por-do-sol, que acontecia ao fim da estrada, como se o seu destino fosse ele, então monto em minha bicicleta de novo e sigo pela estrada até que a bicicleta vai, meu corpo vai, minha mente vai, e eu fico, acompanhando aquela viajem até o seu incerto destino, na estrada da vida.
Então num súbito instante, me veio o teto.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Morte...

Da vida se faz a morte... Da morte se faz a vida... Então morte, o que serias tu, sua covarde que tanto nos aflige nos faz andar cautelosos receosos nos caminhos de tua cúmplice, a vida.
Explica-me de que é feito o teu existir, se tens consistência ou forma e me diga também o que tens contra nós mortais, o porquê dessa perseguição a nós, condenados que até na classificação carregam o pesado fardo de tua sina.
Por quê tão covarde?
Causadora de uma dor que é capaz de fazer fraquejar até o mais forte.
Sem coração, sem sentidos, sem face.
Morte, apesar de tudo, quero te pedir uma coisa, diga-me o que lhe sucede, livra-me dessa ânsia, dessa angústia, pois pior que tu, só o motivo que me faz roer além das unhas.Ajuda-me a te compreender e te aceitar como uma amiga, diga-me o tem por vir atrás de tua cortina negra,
Diga-me.

Um novo começo.

Página nova, blog novo, vida nova.

Agora talvez uma nova fase, não importa, é um novo começo, de um caminho já começado ou não.

Agora é esse e será esse.